Não teve show revisionista, não teve comemoração de
cinquenta anos de carreira, muito menos ajudinha de parte da mídia reverente a certos artistas 'intocáveis' que tirasse
do show ‘A mulher do fim do mundo’ o título de espetáculo do ano. A impactante ambiência
sonora do excelente álbum se expandiu no palco, onde a cantora reinou absoluta.
De seu trono, Elza Soares esmiuçou as dores e as mazelas de milhares de Rosinhas
e malandros brasileiros, fez ecoar sua voz num manifesto contra o assassinato
de jovens e surpreendeu a todos encerrando o show com esperança de um futuro
melhor, longe do fim. ‘A mulher do fim do mundo’, disco e show nasceram
clássicos.
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ...
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