Surgida
na década de 1990, a dupla Claudinho & Buchecha conquistou o público com
seu funk melodioso, de pegada mais pop, romântico e “família”, expresso no
primeiro hit, ‘Conquista’ (Buchecha). Este e outros sucessos chamaram a atenção
de artistas da MPB, como Adriana Calcanhotto, cuja gravação de ‘Quero te
encontrar’ (Cacá Moraes/ Abdullah) entrou na programação musical das rádios do
segmento adulto contemporâneo que adoram este tipo de versão. O fato é que o
registro de Calcanhotto, feito para o primeiro CD assinado por ela com o
heterônimo Adriana Partimpim, ganhou ainda mais repercussão com a prematura
morte de Claudinho, em 2002. Desde então, Buchecha não repetiu o êxito da
antiga dupla em sua carreira solo. Visando as paradas de sucesso, o álbum ‘Funk
pop’, por ora lançado pela gravadora WEA, traz canções do repertório de
Claudinho & Buchecha, de Márcio & Goró, do MC Bob Rum e de Stevie B –
também oriundos dos anos 1990 –, além de quatro faixas compostas por Giulie
Oliveira e Buchechinha, filhos do carismático artista. Sob a batuta eletrônica do
onipresente produtor Kassin, Buchecha recebe convidados especiais em algumas
faixas, recurso que costuma ajudar na divulgação. Da velha receita usada e
abusada por gravadoras como a finada Indie Records, só ficou de fora a
indefectível gravação ao vivo. O resultado apresenta bons momentos, como
‘Destino’ (Buchecha/ Buchechão), com a participação de Adriana Calcanhotto, e
‘À distância’ (Márcio/ Goró), dueto com Paula Toller, que já havia cantado
‘Quero te encontrar’ (Buchecha) no CD/ DVD ‘Acústico MTV’ (2002) do desativado
grupo Kid Abelha. Coube a Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest, dividir os
vocais com Buchecha na nova versão do segundo hit de Claudinho & Buchecha
que, embora correta, soa inferior ao registro original. Um discreto Lenine
refaz ‘Conquista’ (Buchecha) também distante da espontaneidade da gravação da
dupla. Arnaldo Antunes (‘Sabiá’), Os Paralamas do Sucesso (‘Só love’), Emicida
(‘Rap do Silva/ Rima do Silva’) e Ludmilla (‘Implacável’) completam o time de
convidados especiais. Das quatro faixas assinadas pelos filhos de Buchecha, o
destaque é ‘Vem cá fazer um love’, que entrou na trilha sonora do blockbuster ‘Vai que cola – o filme’.
Percursor do funk pop que faz a popularidade de artistas contemporâneos
como Anitta, Naldo Benny e companhia, Buchecha segue representando o cara gente
boa, que até o público refratário ao som do batidão reconhece. Resta saber se na
pista altamente sexualizada de hoje ainda há espaço para um funkeiro romântico
à moda antiga.
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ...
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