Lançado em 1980, ‘Talismã’ manteve a popularidade e o êxito comercial
conquistados por Maria Bethânia com seus álbuns ‘Álibi’ (1978) e ‘Mel’ (1979).
Menos sensual e mais existencialista, o disco reúne composições inéditas que se
tornaram sucessos, além de regravações de canções dos anos 1950. A tristonha ‘Mentira
de amor’ (Lourival Faissal/ Gustavo de Carvalho) e o bolero ‘Eu tenho um pecado
novo’ (Alberto Martinez/ Mariano Moares/ versão: Lourival Faissal) foram
pinçadas do repertório de Dalva de Oliveira. O samba-canção ‘Cansei de ilusões’
é um clássico de Tito Madi. O mano Caetano comparece com quatro músicas novas:
o marcante bolero ‘Vida real’; a delicada ‘Pele’, feita originalmente para
Roberto Carlos; o místico samba ‘Gema’ e a impetuosa faixa-título ‘Talismã’,
parceria com Waly Salomão. Feliz composição de Dona Ivone Lara, o samba ‘Alguém
me avisou’ reúne Bethânia, Caetano e Gilberto Gil e se tornou um dos hits do
disco. Gil é o autor de ‘Amo tanto viver’, celebração da arte de cantar. Marina
Lima e Antonio Cicero assinam a sensual ‘O lado quente do ser’, que faz parte
da trilha sonora da novela ‘Baila comigo’. Gonzaguinha, compositor então cada
vez mais presente na discografia da cantora, rubrica a intensa ‘Mergulho’. Momento
suave do LP, ‘Noite de um verão de sonho’ foi composta por Nelson Motta e por
sua mãe, Xixa Motta. A bela capa assinada por Óscar Ramos tem fotos de Marisa
Alvarez Lima. Produzido por Perinho Albuquerque e dirigido pela própria
cantora, ‘Talismã’ registra ótima fase da carreira de Maria Bethânia.
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ‘1...
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