Pular para o conteúdo principal

Show 'Encanto' cresce graças ao vigor de Rita Benneditto

Rita Benneditto fez a segunda apresentação carioca de seu novo show, ‘Encanto’, na noite de sexta-feira, 05 de junho de 2015, no Centro Cultural João Nogueira, no bairro do Méier, Rio de Janeiro. Baseado no CD homônimo, lançado pela gravadora Biscoito Fino no final do ano passado, o espetáculo tem boa produção audiovisual, embora as projeções que fazem as vezes de cenário parecessem necessitar de maior definição. Vinda de onze anos consecutivos do show ‘Tecnomacumba’, a ótima cantora maranhense subiu ao palco com vigor e energia característicos, que contrastavam com a receptividade pouco calorosa do público. Valente, Benneditto foi encantando cada um dos presentes com vivazes interpretações, que renderam grandes momentos como ‘Banho de manjericão’ (João Nogueira/ Paulo César Pinheiro), ‘Extra’ (Gilberto Gil) e ‘Fé’ (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos). Quem foi ao show para dançar não ficou decepcionado, Rita animou a pista com suas versões de ‘Babalu’ (Margarita Lecuona) e da perspicaz união de ‘Estrela é lua nova’ (Heitor Villa-Lobos) e ‘Bat macumba’ (Gilberto Gil). No bis, que poderia ser mais curto, o destaque foi ‘Oração ao tempo’ (Caetano Veloso), na qual o emocionante canto de Rita Benneditto ecoa reverência, nostalgia e expectativa, enfim, o encanto de grande cantora que ela é.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A voz do samba - O primeiro disco de Alcione

  “Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ‘1...

Galeria do Amor 50 anos – Timóteo fora do armário (ou quase)

  Agnaldo Timóteo lançou o disco ‘Galeria do amor’ em 1975. Em pleno regime militar, o ídolo popular, conhecido por sua voz grandiloquente e seu temperamento explosivo, ousou ao compor e cantar a balada sobre “um lugar de emoções diferentes/ Onde a gente que é gente/ Se entende/ Onde pode se amar livremente”. A canção, que se tornaria um sucesso nacional, foi inspirada na famosa Galeria Alaska, antigo ponto de encontro dos homossexuais na Zona Sul carioca – o que passaria despercebido por boa parte de seu público conservador. O mineiro de Caratinga já havia suscitado a temática gay no disco ‘Obrigado, querida’, de 1967. A romântica ‘Meu grito’, feita por Roberto Carlos para a sua futura mulher, Nice, ganhou outras conotações na voz poderosa de Timóteo. “Ai que vontade de gritar seu nome, bem alto no infinito (...), só falo bem baixinho e não conto pra ninguém/ pra ninguém saber seu nome, eu grito só ‘meu bem'”, canta Agnaldo, que nunca assumiria sua suposta homossexualidade. ...

'Se dependesse de mim', um disco com a inconfundível marca de Wilson Simonal

               Lançado em 1972, ‘Se dependesse de mim’ marcou a estreia de Wilson Simonal na gravadora Philips. Ídolo inconteste nos anos 1960, Simonal buscava renovação. Para isso, os produtores Nelson Motta e Roberto Menescal optaram por um repertório essencialmente contemporâneo.             A faixa-título (Ivan Lins/Ronaldo Monteiro de Souza) traz versos simbólicos para o momento vivido por Simonal, como “Quero brisas e nunca vendavais”. O samba ‘Noves fora’ (Belchior/Fagner), gravado por Elis Regina, mas deixado de fora de seu LP de 1972, ganhou versão cheia de suingue de Simonal. ‘Expresso 2222’ (Gilberto Gil) circulava na voz de seu compositor e teve seu segundo registro, cujo arranjo passeia por diferentes ritmos. A melodiosa ‘Irmãos de sol’ (Marcos/Paulo Sérgio Valle) intui futuros dias mais bonitos. Em ‘Maria’ (Francis Hime/Vinicius de Moraes), Simonal revive a canção que defendeu ...