Nascida
no dia 26 de setembro de 1945, no bairro da Graça, na cidade de Salvador, no
estado da Bahia, Maria da Graça Costa Pena Burgos surgiu na cena musical
soteropolitana na década de 1960. Ainda era Gracinha quando conheceu o futuro
parceiro artístico, Caetano Veloso, e o ídolo João Gilberto que, embevecidos pelo
frescor e afinação de seu canto moderno, afirmaram que ela era a maior cantora
do Brasil. Em 1967, já com o nome artístico de Gal Costa lançou seu primeiro long play, dividido com Caetano. ‘Domingo’
rendeu à dupla o primeiro clássico, ‘Coração vagabundo’. Pouco depois a
suavidade bossanovista deu lugar ao canto gutural e roqueiro. Era preciso estar
atento e forte. Musa do movimento Tropicalista, Gal viu seus companheiros,
Gilberto Gil e Caetano Veloso, partirem para o exílio londrino. Em plena
ditadura militar, ela lotava o Teatro Tereza Rachel durante as históricas
apresentações do show ‘Fa-Tal, Gal a todo vapor’. “Quero ver de novo a luz do
sol!”, cantava naqueles tempos sombrios. Os anos 1970 de despediram vendo a
cantora subir nos saltos, em nova e arrebatadora mudança. Ela foi Tropical.
“Meu nome é Gal!”, voltou a afirmar dez anos depois da primeira gravação da
canção-assinatura, feita por Roberto e Erasmo. A nova versão trazia o icônico duelo
entre a voz e a guitarra. A
década seguinte marcou sua explosão popular. Após o segundo songbook de sua carreira, ‘Aquarela do
Brasil’, dedicado à obra de Ary Barroso, ela fez o Brasil dançar a ‘Festa do
interior’, faixa do aclamado ‘Fantasia’, que trouxe ainda ‘Meu bem, meu mal’,
‘O amor’ e ‘Açaí’. Ainda nos anos 1980, o dueto com Tim Maia, em ‘Um dia de
domingo’, manteve sua popularidade nas alturas. Uma nova guinada veio na última
década do século XX. Gal foi ‘Plural’, nome do disco e do show aclamados pela
crítica e pelo público. A tradição da canção brasileira e o irresistível
batuque do carnaval de Salvador passaram pelo filtro da cantora. Suas
interpretações bem-acabadas, capazes eternizar as criações de grandes
compositores como Chico Buarque, Djavan e Jorge Ben Jor, marcaram discos como
‘O sorriso do gato de Alice’ e ‘Mina d’água do meu canto’. O novo século surgiu
com ‘Gal Costa canta Tom Jobim’. A cantora parecia confortável em seu trono de
diva da MPB, quando, onze anos mais tarde, assombrou muita gente ao lançar
‘Recanto’, ousado e renovador álbum assinado por Caetano Veloso. Nos braços da
juventude mais antenada, Gal lançou este ano ‘Estratosférica’, outro trabalho instigante,
e prepara-se para estrear o esperado show homônimo. A
carreira artística de Gal Costa confunde-se com a própria história da música brasileira
feita nos últimos 50 anos. Seu canto cristalino, sua emissão impecável
associada à inteligência musical instintiva e ao domínio interpretativo ímpar
fizeram dela mítica sereia da MPB. Musa de qualquer geração, Gal completa 70 anos
hoje, provocando e instigando com suas ousadias estético-musicais. Viva Gal
Costa!
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ...
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