Toda essa discussão sobre
o lançamento de ‘Ilusão à toa’, versão que estará na trilha sonora de ‘Babilônia’
me parece exagerada. Em vários momentos de sua carreira, Gal Costa gravou músicas
para trilhas de novela. ‘Desafinado’ (‘Bambolê’), ‘Solidão’ (‘O Dono do Mundo’),
‘Modinha para Gabriela’ (‘Gabriela’), ‘Ruas de outono’ (‘Paraíso Tropical’), ‘Brasil’
(‘Vale Tudo’), ‘Jovens tardes de domingo’ (‘Zazá’), ‘Pra você’ (‘Torre de Babel’),
‘Caminhos do mar’ (‘Porto dos Milagres’) saíram independentemente do discos de carreira da cantora, algumas sequer
entraram em sua discografia oficial. Se a gravadora quis pegar carona na novela
da TV Globo para promover ou não o novo álbum, ‘Estratosférica’ (a seleção de
repertório ainda não foi divulgada oficialmente) é porque o folhetim das 21
horas ainda é uma vitrine nacional - até os “alternativos” sabem e sonham com a
inclusão de uma música lá. Os tempos mudaram, as rádios e grande parte do
público andam mais acomodados do que nunca. Ninguém quer sair da sua zona de
conforto. ‘Neguinho’ foi a primeira faixa de divulgação do estratosférico ‘Recanto’
e, aqui no Rio de Janeiro, apenas uma rádio tocou uma versão editada. Enfim,
prefiro comemorar a atual fase da cantora, que festeja 50 anos de carreira e 70
de idade em plena atividade, com dois shows maravilhosos em cartaz, um disco de
inéditas pronto e outro com as canções de Lupicínio Rodrigues a ser gravado.
Ah, e a nova gravação de 'Ilusão à toa' é uma beleza.
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ...
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