Em
janeiro de 2015, Maria Bethânia estreou ‘Abraçar e agradecer’ (clique aqui para ler a resenha), o show
comemorativo dos seus 50 anos de carreira, no Rio de Janeiro. Em fevereiro de
2016, a baiana de Santo Amaro da Purificação passou pela Marquês de Sapucaí,
desfilando e sendo reverenciada pela escola de samba Estação Primeira de
Mangueira. Os dois memoráveis eventos fazem parte de ‘Abraçar e agradecer’, DVD
duplo finalmente lançado pela gravadora Biscoito Fino. O belo espetáculo em que
a majestosa dama movimenta-se sobre seu colorido tabuleiro de Led foi captado
em agosto deste ano, em São Paulo. O tempo fez bem ao belo show dividido em 41
números, entre canções e textos. Estão lá os autores essenciais como Caetano
Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Ostentando
a felicidade da estreia, Bethânia domina a cena com seu arsenal interpretativo
e sua voz segura, acompanhada por músicos competentes. Para deleite do
espectador, a câmera, seduzida, mira a cantora parecendo até esquecer-se do
cenário tão comentado, que muitas vezes parece inútil paisagem diante da força
da estrela ali presente. O segundo disco reúne cenas do desfile campeão da
verde e rosa e de outros eventos relativos aos 50 anos de carreira, como o
concerto no Theatro Municipal, a exposição ‘Maria de todos nós’, no Paço
Imperial, e a festa na Feira de São Cristóvão. Única entre as cantoras,
Bethânia cuida de sua carreira com zelo possivelmente só equiparado ao de outra
estrela nacional, Ney Matogrosso. 51 anos após sua impactante estreia no Teatro
Opinião, ela continua assombrosa, cantando melhor do que nunca e insistindo em
mostrar aos brasileiros um país possível e, certamente, mais humano do que este
em que vivemos. Avante, Bethânia, cante!
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ...
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