‘Euforia’ é o terceiro álbum do cantor e
compositor Pélico, produzido por Jesus Sanchez que também assinou ‘O último dia
de um homem sem juízo’ (2008) e ‘Que isso fique entre nós’ (2011). A dupla
produziu o disco de estreia do cantor Toni Ferreira, em 2013, que trazia ‘Olha
só’ e ‘Repousar’, músicas que voltam agora na voz (pequena) de seu autor.
Despretensioso e bem humorado, ‘Euforia’ vai além do pop potencialmente
radiofônico de faixas como ‘Sobrenatural’ e ‘Meu amor mora no Rio’. Há samba (o
ótimo ‘Você pensa que me engana’), faixa de sotaque africano (‘Sozinhar-me’),
de pegada oitentista (‘Overdose’, ‘Ela me dá’ e ‘Euforia’) e momentos mais
delicados/ românticos (‘Escrevo’, ‘Vaidoso’ e ‘Calado’), além da homenagem a
Tom Zé (‘Ao meu amigo Zé’), um dos ídolos do compositor paulistano. Com versos
bem construídos, embalados por uma sonoridade que se distancia de ruídos
supostamente modernos presentes em muitos discos atuais, ‘Euforia’ se revela um
álbum interessante, em que Pélico amplia seus horizontes estéticos.
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ...
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