Pular para o conteúdo principal

Festival Deckdisc


Em meio à tão comentada crise da indústria fonográfica, um festival de atrações vai festejar os dez anos de uma gravadora nacional e independente. Dias 16, 17 e 18, Nação Zumbi, Sorriso Maroto, Grupo Revelação e outros artistas da Deckdisc ocuparão o Circo Voador, a Fundição Progresso e o Vivo Rio, no Rio de Janeiro.
"A gente se recusa a aceitar que o negócio acabou. Enquanto houver música de qualidade, haverá alguém para consumi-la. Mas o mercado é bem diferente do que era há alguns anos, mais difícil até", diz João Augusto, presidente da companhia. Foi lá que Pitty gravou seu primeiro CD. "É uma gravadora independente, mas tem poder de fogo grande", diz a roqueira. "Crescemos junto com a gravadora. Existe um vínculo de amizade muito grande", diz o violonista Sérgio, do grupo Sorriso Maroto.
Os shows serão temáticos e a gravadora lançará seus novos contratados: o ator e cantor Bruno Miguel (que fazia o mutante Lupi, em Caminhos do Coração) participa do show do Sorriso Maroto, na Fundição; a roqueira capixaba Jullie se junta aos tatuados do Strike, no Circo Voador, e a paulista Aline Duran mostra seu reggae no set do DJ Marcelinho da Lua, na Fundição.
Artistas de outra gravadoras, como Leci Brandão e Marcelo D2, também estarão na festa. "A Deckdisc está colocando para frente seus projetos e realizando o que sabe fazer melhor: lançar artistas novos", diz o diretor. Em uma década de existência, a gravadora lançou 350 álbuns e vendeu 10 milhões de unidades. Entre os campeões de vendagem estão o Grupo Revelação, Pitty e Sorriso Maroto.

Serviço

A programação do Festival Deckdisc 10 anos será bem variada. No dia 16 de junho, o punk vai tomar conta do Circo Voador, com shows dos grupos Matanza, Dead Fish, Mukeka di Rato, Ratos do Porão e Cólera, com ingressos a R$ 30.
Na Fundição Progresso, funk e pagode se encontram nas apresentações de Perlla, Tatau, DJ Marlboro e Sorriso Maroto. A noite terá participação de Bruno Miguel. Ingressos a R$ 30 (mulher) e R$ 40 (homem).
É noite de mais rock no Circo Voador, com Strike, Nação Zumbi, Cachorro Grande e Pitty, no dia 17. Participações de Jullie e Marcelo D2. Ingressos a R$ 50.
Ainda no dia 17, o samba tem vez na Fundição Progesso com shows de Moyseis Marques, Arlindo Cruz, Marcelinho da Lua, Grupo Revelação. Participações de Marcelo D2, Leci Brandão e Aline Duran. Ingressos a R$ 30 (mulher) e R$ 40 (homem).
O encerramento das comemorações será realizado no Vivo Rio, no dia 18 de junho, onde se apresentam o pianista pernambucano Vitor Araújo e os cantores Vander Lee e Fernanda Takai. Ingressos a partir de R$ 40.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A voz do samba - O primeiro disco de Alcione

  “Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ‘1...

Galeria do Amor 50 anos – Timóteo fora do armário (ou quase)

  Agnaldo Timóteo lançou o disco ‘Galeria do amor’ em 1975. Em pleno regime militar, o ídolo popular, conhecido por sua voz grandiloquente e seu temperamento explosivo, ousou ao compor e cantar a balada sobre “um lugar de emoções diferentes/ Onde a gente que é gente/ Se entende/ Onde pode se amar livremente”. A canção, que se tornaria um sucesso nacional, foi inspirada na famosa Galeria Alaska, antigo ponto de encontro dos homossexuais na Zona Sul carioca – o que passaria despercebido por boa parte de seu público conservador. O mineiro de Caratinga já havia suscitado a temática gay no disco ‘Obrigado, querida’, de 1967. A romântica ‘Meu grito’, feita por Roberto Carlos para a sua futura mulher, Nice, ganhou outras conotações na voz poderosa de Timóteo. “Ai que vontade de gritar seu nome, bem alto no infinito (...), só falo bem baixinho e não conto pra ninguém/ pra ninguém saber seu nome, eu grito só ‘meu bem'”, canta Agnaldo, que nunca assumiria sua suposta homossexualidade. ...

Nana Caymmi ganhou precioso documentário em 2010

Nana Caymmi (1941 – 2025) é a personagem principal de ‘Rio Sonata’ (2010), documentário dirigido pelo franco-suíço Georges Gachot. “Só mesmo um francês para entender o que faço, para fazer um filme. Público eu tenho em qualquer lugar, mas ele colocou a artista, a intérprete — coisa que o Brasil não conseguiu fazer nas telas porque eu não rendo dinheiro. Chama-se cultura, arte”, disse Nana à época do lançamento. Longe dos clichês cinematográficos, Georges surpreende ao mostrar a cidade natal de Dinahir Tostes Caymmi nublada e ainda mais portentosa como moldura para as canções entoadas por Nana. O mar cantado pelo patriarca dos Caymmi está lá, agitado, dividindo preciosas cenas com a Mata Atlântica que sempre corre o risco de ser encoberta por nuvens. Gachot dá ares impressionistas ao seu filme, sugerindo um sobrevoo pela cidade e pela carreira da cantora. Nada disso desvia a atenção da estrela que fala sobre sua vida, família e carreira nos 84 minutos de duração de ‘Rio Sonata’. O amor ...