Cantor, compositor e instrumentista, Juliano Gauche lança ‘Nas estâncias
de Dzyan’ pelo selo EAEO. Radicado em São Paulo desde 2010, o artista capixaba
parece bem ambientado na cena musical contemporânea paulistana, como indicam os
arranjos elegantemente vintages assinados
por Junior Boca e Tatá Aeroplano, com destaque para a faixa-título, ‘Nas
estâncias de Dyzan’, inspirada nos conceitos de teosofia de Helena Petrovna
Blavatsky (1831 - 1891), escritora russa cuja obra também influenciou o
cantor e compositor carioca Jorge Vercillo no disco ‘Como diria Blavatsky’ (2011). ‘Clarão’ e ‘Muito esquisito’ são outros bons
momentos, realçados pelos arranjos, pontuados por belos timbres. Juliano (voz e violão), que assina a produção
e oito das nove faixas, é acompanhado Junior Boca (guitarra e violão), João
Leão (teclados), Daniel Lima (baixo) e Gustavo Souza (bateria). Gauche explicita sua inadequação existencial
em letras diretas, sem floreios. “Sim, tudo isso vai desmanchar assim que um
vento mais forte chegar”, entrega ‘Canção do mundo maior’, que encerra o álbum.
O resultado nem sempre seduz, o tom aflitivo que perpassa quase todas as
músicas – ‘Alegre-se’, como sugere o título, é único respiro otimista – nem sempre
encontra na voz do artista seu melhor veículo. Contudo, ‘Nas estâncias de
Dzyan’ é interessante e melodicamente atual.
“Quando eu não puder pisar mais na Avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo junto com meu samba/ O meu anel de bamba/ Entrego a quem mereça usar”. Ao lançar seu primeiro disco, ‘A voz do samba’, em 1975, Alcione viu os versos melancólicos de ‘Não deixe o samba morrer’ (Edson Conceição/ Aloísio Silva) ganharem o país, tornando-se o primeiro sucesso da jovem cantora. Radicada no Rio de Janeiro desde 1967, a maranhense cantava em casas noturnas que marcaram época nas noites cariocas. Nestas apresentações, seu abrangente repertório incluía diferentes gêneros da música brasileira, além de canções francesas, italianas e norte-americanas também presentes no rádio. Enquanto isso, o samba conquistava novos espaços na década de 1970. Em 1974, Clara Nunes viu sua carreira firmar-se nacionalmente com o disco ‘Alvorecer’, do sucesso de ‘Conto de areia’ (Romildo Bastos/ Toninho Nascimento). No mesmo ano, Beth Carvalho obteve seu primeiro êxito como sambista com ...
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