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Outros rumos depois da casa


Primeiro vencedor a levar R$ 1 milhão, na quinta edição do Big Brother Brasil' (até então o prêmio era de R$ 500 mil), Jean Wyllys não deitou nos louros da fama. Além das aulas na ESPM, ele se prepara para lançar o terceiro livro, 'Tudo Ao Mesmo Tempo Agora', e estréia na direção de 'Três Meninas do Brasil', projeto que reúne as cantoras Rita Ribeiro, Jussara Silveira e Teresa Cristina e que acaba de sair em CD e DVD.
"Tive experiências informais lá na Bahia. Conheço bem a música popular brasileira", diz Jean que, apesar de elogios, não pensa em seguir a carreira de diretor. "Sou jornalista, quero e gosto de escrever. Quero fazer como (o poeta) Waly Salomão, seguir sem muita preocupação de definir nada, faço porque gosto".
O convite veio da amiga, Rita Ribeiro, de quem já havia digirido o clipe da música 'Aceito Seu Coração'. "Encontrei-a em uma festa de Iemanjá, na praia de Copacabana. Não resisti e me apresentei. Depois, quando tive um programa de rádio, convidei Rita para participar", lembra.
Toda a criação foi documentada por ele para o 'extra' que acabou ficando de fora do DVD. Além da música que dá nome ao show, o ótimo repertório relembra 'Seo Zé' e 'Mulher Nova, Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor'. "Originalmente seria sobre o samba e suas variações baiana, carioca e maranhense, mas decidimos por algo mais eclético, afinal só a Teresa é realmente ligada ao samba".
Jean elogia a determinação das cantoras e a forma como administram suas carreiras. "Não fazem concessões para platéias pouco exigentes. Não querem o sucesso fácil, nem vender sandálias", alfineta.
Morando no Rio desde o final do 'BBB 5', Jean se viu novamente assediado com a estréia da nova edição do programa. "Tenho o orgulho do Big Brother Brasil, mas não quero ser escravo disso. Bobagem dizer que não quero mas falar sobre o 'BBB', é impossível não pensar em mim como vencedor", afirma.
Para o veterano do BBB, o desafio da nova edição é driblar a "dramaturgia pobre dos participantes". "Aquela moça (Francine) que colocou um biquíni e sentou na bacia, sabia que ia render assunto", critica. "Nossa edição primou pela espontaneidade que vem caindo a cada ano, mas é difícil não ser assim". O único carioca da casa merece destaque: "Max tem uma diferença, talvez uma certa arrogância que o difere dos demais", elogia.

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