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Arlindo Cruz e Beth Carvalho se destacam no samba em 2011



Em 2011 o samba permaneceu firme e forte. Reverenciado por vozes estreantes na indústria fonográfica como Thaís Macedo (‘O dengo que a nega tem’), ganhou leitura heterodoxa de Adriana Calcanhotto (‘O micróbio do samba) e viu o grupo Fundo de Quintal se livrar dos recorrentes registros de shows ao lançar o bom ‘Nossa verdade’.
A volta de Beth Carvalho ao disco e aos palcos foi saudada pelos amantes do gênero. ‘Nosso samba tá na rua’ figura entre os melhores álbuns da cantora que voltou a trabalhar com o produtor Rildo Hora. Com repertório assinado por bambas consagrados e novos nomes do samba carioca, ‘Nosso samba tá na rua’ ainda rendeu um show vibrante.
Seria o disco de samba do ano se um nome recorrente no repertório da própria Beth não tivesse voltado a gravar. Primeiro CD de inéditas desde ‘Sambista perfeito’, lançado em 2007, ‘Batuques e romances’ trouxe o samba da melhor qualidade feito por Arlindo Cruz há quase três décadas, desde que surgiu nas míticas rodas de samba do Cacique de Ramos.

Comentários

Sambeira disse…
sempre sábio. concordo com tudo o que vc escreveu, mas ainda acho que o cd da beth é o cd de samba do ano. adoro o batuques, mas a sonoridade do da beth, com o retorno à batida caciqueana, é demais!

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