Pular para o conteúdo principal

'Suíte três rios', a música universal de Dan Costa

Nascido em Londres, o pianista e compositor Dan Costa lança seu primeiro álbum, ‘Suíte três rios’ (ouça aquiInspirado na música brasileira, que Dan ouve desde cedo, quando as canções de Tom Jobim enchiam sua casa, de família meio portuguesa, meio italiana, e no tempo em que estudou piano na UNICAMP, o álbum foi gravado no Rio de Janeiro. Para acompanhá-lo, o jovem artista arregimentou um time de excelentes músicos composto por Jaques Morelenbaum (cello), Ricardo Silveira (guitarra), Marcelo Martins (sax alto e tenor), Rafael Barata (bateria e pandeiro), Vittor Santos (trombone), Alberto Continentino (baixo), Teco Cardoso (sax barítono), Marcos Suzano (percussão). A cantora Leila Pinheiro dá voz à dissonante ‘Bossa Nova’, cuja letra cita o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, inspiração para o nome do disco. O jazz, influenciado por gêneros musicais brasileiros que nomeiam a maioria das faixas – ‘Chorinho’, ‘Samba’, ‘Baião’, ‘Maracatu’ e ‘Modinha’, além da já citada ‘Bossa Nova’ –, resulta num som sem fronteiras conduzido pelo elegante piano de tons clássicos de Dan Costa. A bela faixa ‘Alba’ abre o disco que ganhou o prêmio Global Music Awards 2016 representando o Brasil.‘Suíte três rios’ fala o idioma universal da boa música.   

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Joias musicais de Gilberto Gil são reeditadas

               A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital.             Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...

50 anos de Claridade

Clara Nunes (1942 – 1983) viu sua carreira deslanchar na década de 1970, quando trocou os boleros e um romantismo acentuado pela cadência bonita do samba, uma mudança idealizada pelo radialista e produtor musical Adelzon Alves. Depois do sucesso do LP ‘Alvorecer’, de 1974, impulsionado pelas faixas ‘Menino deus’ (Mauro Duarte/ Paulo César Pinheiro), ‘Alvorecer’ (Délcio Carvalho/ Ivone Lara) e ‘Conto de areia’ (Romildo/ Toninho Nascimento), a cantora mineira reafirmou sua consagração popular com o álbum ‘Claridade’. Lançado em 1975, este disco vendeu 600 mil cópias, um feito excepcional para um disco de samba, para uma cantora e, sobretudo, para um disco de samba de uma cantora. Traço marcante na trajetória artística e na vida de Clara Nunes, o sincretismo religioso está presente nas faixas ‘O mar serenou’ (Candeia) e ‘A deusa dos orixás’, do pernambucano Romildo e do paraense Toninho Nascimento, os mesmos autores de ‘Conto de areia’. Eles frequentavam o célebre programa no qual Adelzon...

Galeria do Amor 50 anos – Timóteo fora do armário (ou quase)

            Agnaldo Timóteo lançou o disco ‘Galeria do amor’ em 1975. Em pleno regime militar, o ídolo popular, conhecido por sua voz grandiloquente e seu temperamento explosivo, ousou ao compor e cantar a balada sobre “um lugar de emoções diferentes/ Onde a gente que é gente/ Se entende/ Onde pode se amar livremente”. A canção, que se tornaria um sucesso nacional, foi inspirada na famosa Galeria Alaska, antigo ponto de encontro dos homossexuais na Zona Sul carioca – o que passaria despercebido por boa parte de seu público conservador. O mineiro de Caratinga já havia suscitado a temática gay no disco ‘Obrigado, querida’, de 1967. A romântica ‘Meu grito’, feita por Roberto Carlos para a sua futura mulher, Nice, ganhou outras conotações na voz poderosa de Timóteo. “Ai que vontade de gritar seu nome, bem alto no infinito (...), só falo bem baixinho e não conto pra ninguém/ pra ninguém saber seu nome, eu grito só ‘meu bem'”, canta Agnaldo, que nunca assu...