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Mostrando postagens de 2020

Todo veneno vivo, um vigoroso retrato de Cássia Eller

                               Cássia Eller era um bicho de palco. Nesse habitat especial, sua notória timidez dava lugar à exuberância artística da cantora, cuja voz rascante marcou a música brasileira nos anos 1990. Apresentações viscerais, calcadas nos seus admiráveis recursos vocais e na intuição própria aos grandes intérpretes, transformavam os shows de Cássia em experiências estéticas inesquecíveis.           Durante três noites de dezembro de 1997, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, a gravadora Polygram, atual Universal Music, registrou a turnê de lançamento do disco Veneno antimonotonia , tributo a Cazuza, produzido pelo poeta multimídia Waly Salomão, diretor do antológico show/disco Fa-tal , de Gal Costa. O encontro entre Cássia e Waly, que também dirigiu o show, rendeu um espetáculo de som e fúria ainda mais potente que o álbum de estúdio. Ela era fera indo...

Lança Perfume, 40 anos depois

Lançado em setembro de 1980 pela gravadora Som Livre, o oitavo disco solo de Rita Lee traz seu nome como título, mas ficou conhecido como Lança perfume , devido ao estrondoso sucesso da faixa que abre o lado A do long play . A contagiante marchinha pop carnavalesca (que cita Alah la ô , um clássico do gênero) com doses de disco music (a introdução que remete a What a Fool Believes , da banda The Doobie Brothers) ganhou rapidamente as programações musicais das rádios do país. Símbolo de antigos carnavais, o lança-perfume, originalmente criado para que os foliões borrifassem essências perfumadas uns nos outros, estava proibido desde a década de 1960 por seus efeitos alucinógenos. Contudo, o artefato-fetiche voltou à boca do povo graças à composição de Rita Lee e Roberto de Carvalho. Cabe lembrar que, com sua renovadora sacada pop, Lee e Carvalho produziram o melhor da marchinha carnavalesca por pelo menos três décadas. Além do Brasil, Lança perfume também fez sucesso na França, país ...